sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Um fio muito fino, assim pequenino e frágil. Uma cordinha pronta para ser arrebentada, ao menor sinal.

Eu me sinto ameaçada. Se tratando disso, não possuo a menor confiança...você não sabe? Porque eu não entendo os motivos. E a qualquer momento, a corda pode arrebentar, levando tudo o que é meu com ela. Seria melhor fazer uma analogia com copos? É, eu acho que seria mais certo... Pois então imagino que o que eu represento para você é esse copo em suas mãos. Eu sou esse copo em suas mãos. Um copo qualquer, simples, comum – que me represente. Contenho todas as palavras, os encontros casuais, os gestos, o sentimento, a importância, essas coisas todas. Tudo ali no copo frágil, quebradiço. Você está entendendo?

Você segura esse copo com força, agora. Mas até quando vai zelar por ele assim com tanto carinho? Até quando seus braços terão força para continuar erguendo-o ? Até quando esse copo – que sou eu – será importante?

E se aparecer um copo mais bonito? Se lhe oferecerem outro, melhor do que esse, que contenha uma amizade melhor dentro dele – que não a minha, você o aceitará?

Meu copo indo de encontro ao chão. Espatifando em mil pedaços pequeninos e transparentes. E então, você irá me varrer, varrendo tudo o que continha no copo junto e indo de encontro ao lixo.

É exatamente isso que me causa pavor. Ser descartável. Não ser o copo que você segura nas mãos, mas sim o que fica guardado, esperando o uso. É uma analogia muito boba? Mas se você entende, acho que não há problema nisso...

Eu quero ser forte, ser a única. E até certo ponto sou, só não sei até quando.

Paisagem do fim

Qual é a paisagem do fim de um amor?
Um horizonte distante, sem cor
Tudo muito cinza.
Coisas em tons de sépia
Só para se colorir de novo
Em lápis de cores quentes
Para se ganhar calor.

Qual a paisagem do fim de um amor?
Se tudo perde a graça
E não há nada que se peça ou faça
Capaz de fazê-la voltar?

Chuva, neblina, saudade...
E eu que não sei o que digo
Começo a perceber o fim do amor
E procuro a ajuda de um amigo
Que me ampare na passagem pela dor.