quarta-feira, 24 de junho de 2009

De um pai

Menina-moça ou moça-menina?
Já não sei mais o que ela é.
Olhar de Criança
Pensamentos de mulher...
Já não quer mais brincar com as bonecas
As deixa de lado, agora.
Se interessa por livros que falam de amores
Esquecendo das coisas de outrora.

E quando passa pela sala, sempre se olha no espelho
Fitando o corpo novo, esguio e belo
Observando as mudanças que agora já são notadas.

Pode-se ver a mulher, presa no rosto de pequena.
Já quer crescer, já cresceu...
E eu que achei que seria eterna!
O pequeno botão de rosa, floresceu.
Virou rosa, virou flor bela.

Ainda há restos daquela menina...
Guardados em seu coração.
Logo mais serão esquecidos...
Só minhas lembranças ficarão.

Lembrarei dos dias de colégio
Onde ia, segurando minha mão
Brincava pela rua, traçava caminhos.
Andava sempre olhando o chão.

E de como seus olhos brilhavam
quando encontravam os meus
Ia toda contente ao meu lado, sorria
Enquanto fitava os céus.

Pois já é mulher, já cresceu
Só o rosto é de criança...
Já amadureceu!
E eu digo adeus àquela pequenina
Que agora é moça feita
Onde nos meus braços já não se aninha
E neles não mais se deita.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Jogos

É esse o jogo que você quer jogar? Beleza, vou entrar no jogo. As regras eu aprendo rápido. Só não reclama depois se não aguentar.
Nem venha me dizendo essas coisas, nem venha tentando ganhar minha atenção. Não quero mais ouvir você falar. Pode ir, vai embora.
Vem assim, todo carinhoso. Pra depois acabar com tudo. Então tá. Vamos ver quem vai ganhar. Vou entrar no seu jogo, vou obedecer direitinho, prometo!

Depois vem dizendo palavras bonitas em meu ouvido, juras de amor eternas, afagos sem fim. Ah, por favor, tenha dó de mim! Não caio mais nessa.

É assim que você quer, certo? Assim será.

Então te peço pra não vir me ver mais. Não apareça na janela, não me traga flores. Não mande cartões com frases feitas, não me jure amores. Será mais fácil se eu não puder te ver. Jogar o jogo vai ser bem menos complicado. Esqueça tudo então. Finja que eu nunca existi. Jogue fora os retratos, as fotografias, as pequenas cartas.
Nossa música nem nossa é mais. E nem nunca foi.

Nada do que julguei ser nosso, realmente era. Farsa. Mentira. Enganação.

Agora só nos resta nosso jogo. Será que o jogo pelo menos é nosso? Ou como todas as outras coisas, esse também é falso?

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Amar

Esse amor nunca foi lá aqueles amores tradicionais. Sempre foi meio incorreto, desde o início. Diferente dos meus outros amores, nesse eu nunca desejei te ter. Era uma coisa estranha e nova. Amar alguém sem querê-la pra si. Claro que mesmo se quisesse não iria possuir. Você já pertence a alguém e fala dela com tanta paixão e admiração no olhar que eu seria realmente uma estúpida se sonhasse em algum dia te ter. Todos veem o brilho no seu olhar, quando fala dela e o amor que sente. Era amor, sem dúvidas. Mas um tipo de amar novo... Eu não sabia classificá-lo. Não era como meus outros amores. Era intenso, forte e cheio de um sentimento de proteção. Querer seu bem-estar, querer sua atenção, querer te ajudar em tudo.

E foi por ser um amor novo pra mim que eu não sabia como tratá-lo. Muitas vezes confundi: amor, amizade, paixão de adolescente?
Já era difícil por você ser o que é. Não digo o que, lhes resta a dúvida.

Por estar em um patamar acima do meu já era aquela coisa de “É paixão de adolescente... coisa boba.. há de passar.” Mas a maldita sensação nova não passava! Parecia crescer e me inundar por dentro. E há dois anos tem sido assim.

Percebi que é amor, sim. Mas um amor puro, sem pretextos ou segundas intenções. Amo seu jeito de pensar, sua inteligência, o jeito como vê as coisas de uma forma tão extraordinária e nova. O modo como nos apresenta um mundo totalmente diferente. Amar a pessoa por inteira, sem querer nada em troca e sem pedir que ela te ame de volta.

Não precisa ser amor correspondido, não nesse caso. É tão bom assim do jeito que é! Aquelas palavras de afeto e consideração que trocamos, os momentos bons que tenho ao seu lado.

Muitos não entendem como pode existir um amor assim. Um sentimento desse. Ficam então dizendo bobagens, falam das coisas que não sabem. É difícil entender que uma pessoa pode amar a outra, sem ser daquele jeito ao qual estamos acostumados?

E não há vários tipos de amor, afinal?

Amor entre amigos, o amor da mãe pelo filho, o amor pelo que é novo, pela inteligência, o amor pelas coisas materiais, pela natureza. Há tantos tipos dele! Por que não entendem logo esse meu jeito de te amar?

Você pareceu entender, quando tentei lhe explicar. Aliás, pareceu saber mais do que eu. Sentia o mesmo... Quem diria!

Acabou dizendo tudo o que eu tramava lhe dizer. Adivinhou pensamentos, tirou duvidas que apareciam em meu rosto mas nunca ousei comentar nada!

E esse tipo de amor novo era também desconhecido por você, até me conhecer! O descobrimos juntos.

E depois de nossa conversa, posso dizer com toda a certeza que te amo. Amo desse jeito novo e estranho, não deixando de ser amor. É o nosso jeito de amar especial, só meu e seu. O nosso jeito de amar que ninguém entende, que julgam sem sentir ou conhecer. Mantemos em segredo então. E é bom olhar pra você diretamente nos olhos, sem ter medo de estar fazendo algo errado, ultrapassando barreiras. Olhar pra você e não ter medo de mostrar a verdade. Você já a conhece e conhecia antes de eu dizer qualquer coisa! Afinal, do mesmo modo que gostei de ti logo da primeira vez que vi, você também fez o mesmo. Gostou de mim, me admirou, quis me conhecer.

Sei agora que sou importante pra você, deixei de ser o que não queria ser e passei a ser amiga. Amiga. Sabe o peso disso? É uma responsabilidade tremenda. Foi meu sonho, meu anseio... realizado. Depois de tanto esforço, tantas palavras ditas, tantas águas que rolaram. Veio-me a revelação – meus esforços ali recompensados.

E o nosso amor que agora é nosso segredo. Só você sabe o que eu realmente penso. Só eu sei o que você pensa.

Aquelas palavras ditas só pra mim. Você na minha frente... Confissões.
Confissões que em meus sonhos te vi fazendo com todas as cores e nunca julguei que seriam reais.

É bom olhar pra você e sorrir enquanto você faz o mesmo – adivinhando meus pensamentos. E os outros fitam sem entender nosso riso livre e sem barreiras. As barreiras se foram, não voltarão mais.