sexta-feira, 31 de maio de 2013

Eu te leio
Mas minha reação
É página em branco.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Teu corpo é estopim.
Prisioneira da passagem.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Dois dramin um rivotril um prozac. Contagem regressiva para a melhor noite da vida. Três, quatro, cinco goles no vinho, a mente ficando página em branco. Movimento lento, tontura. Me deito e abraço as próprias pernas. Coberta da cabeça aos pés com a manta. Sinto sempre frio. A luz do pisca-pisca branco vai iluminando o quarto. Conta até dez, antes de virar a cartela. Eu quero pensar, espera. Mas desapareço.
Pessoa-ilha
Não é a sua mão que pesa hoje, doutor. É o meu peito.
Boneca de teste, sou arremessada contra o vidro e levada ao limite do físico e do racional.
O rosto é indiferente. Uma mancha preta no espelho, um borrão passando na rua. Devíamos usar menos preto ou cinza. Devíamos parar de camuflagem, de noites regadas à álcool e cigarros. A mancha do vinho barato no seu lençol, o cheiro de suor e sangue e lágrima e nós dois jogados no chão esperando por um sinal de que estamos mortos - ou vivos. A minha mão ficou marcada na parede do seu quarto e os papéis que escrevemos sob efeito de ácido ainda jazem amassados em algum canto. O poder nunca nos levou a lugar algum. Acreditávamos em tanta coisa e mesmo assim nos perdemos no caminho. Eu não sou memória mas nem aprendi a ser esquecimento e solidão. Que tudo seu seja marca como queimadura.