quinta-feira, 17 de junho de 2010

Um dia sem fé, sem mim. Dia breve. O tempo: Chave de tudo. Eu só quero uma pausa. Tudo vira cinza.
Diálogos sem frases, silêncios em reticências, aspas envoltas no branco, uma vida sem pontos finais. Infinito de espaços, lacunas sem solução, uma história cortada, sem fim.
Era a praça, toda noite, era a praça. Colocava o seu melhor vestido, o cabelo em ondas descendo as costas. No sol, brilhavam como fogo. Mas era sempre noite quando ela saía. Pipocas e risos, casais que se juntam no coreto para valsinhas. Vai dançando, de par em par, na promessa de um amor eterno. Pega nas mãos, olha nos olhos e se entrega até o fim da canção. É assim noite após noite - sempre aos sábados. Ela espera. Sabe que um dia pegará nas mãos de alguém, olhará nos olhos, perceberá que as valsas agora fazem sentido e dirá: É ele.