De nada adianta escrever poesias. De nada adianta sentar-se à maquina.
Não posso me perder. Não posso deixar de escrever. Um exercício de sanidade
Estou sã ainda.
As terminologias
As homeopatias
As profilaxias
nada adianta.
Deixo registrada minha falta.
Eis que tenho falta de vontade.
Insatisfação aguda
O levantar da cama me demanda um grande esforço
O piscar os olhos
O abrir de boca
a fala.
A língua hesita
A boca seca
Eis algo na garganta que não sai
É o fracasso.
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Minha vida toda fui ensinada a ser sozinha.
Brincar comigo mesma, sem primos da mesma idade.
Pedir conselhos aos livros
e aos poetas,
Essa gente mentirosa, antropofágica
que me ensinaram sonetos e versos alexandrinos mas não as mazelas da vida.
Cresci, me achando filha de carbono e amoníaco
pensando que tudo que amei, amei só.
Depois da poesia, nada veio.
Não é com palavras que se salva alguém de se jogar de um edifício.
Não é com um terceto que se impede alguém de se atirar ao fogo.
O que cada um quer é ser consumido
lenta,
gradualmente.
O que cada um quer é ser pessoa
e não poeta.
Eu só aprendi a ser um.
E terminar rimando.
Brincar comigo mesma, sem primos da mesma idade.
Pedir conselhos aos livros
e aos poetas,
Essa gente mentirosa, antropofágica
que me ensinaram sonetos e versos alexandrinos mas não as mazelas da vida.
Cresci, me achando filha de carbono e amoníaco
pensando que tudo que amei, amei só.
Depois da poesia, nada veio.
Não é com palavras que se salva alguém de se jogar de um edifício.
Não é com um terceto que se impede alguém de se atirar ao fogo.
O que cada um quer é ser consumido
lenta,
gradualmente.
O que cada um quer é ser pessoa
e não poeta.
Eu só aprendi a ser um.
E terminar rimando.
Ainda existem remédios pela casa pra fazer qualquer pessoa dormir por meses.
Dessa vez eu acredito que não vá ter erro.
Sem remédios de estômago
Sem remédio de dor de cabeça
Nada dessas coisas triviais que não surtem efeitos.
Estou acostumada.
Escolher os remédios mais fortes
com substâncias que brigam entre si
uma guerra nuclear dentro de mim
uma explosão atômica
A verdadeira guerra do Iraque
no meu corpo.
Dessa vez eu acredito que não vá ter erro.
Sem remédios de estômago
Sem remédio de dor de cabeça
Nada dessas coisas triviais que não surtem efeitos.
Estou acostumada.
Escolher os remédios mais fortes
com substâncias que brigam entre si
uma guerra nuclear dentro de mim
uma explosão atômica
A verdadeira guerra do Iraque
no meu corpo.
Ontem uma estranha carga de energia me percorreu
Uma fraqueza que vinha das pontas dos dedos.
De saltos, cedi ao meu peso
Não só o do corpo
Mas das ideias também.
Cedi ao que eu tinha
me agarrei na solidão
com unhas e dentes
porque era a única coisa
real.
Tirei os sapatos,
tomei um remédio,
deitei.
Ainda assim,
a sensação
de não estar em mim,
continuou pela madrugada.
Uma fraqueza que vinha das pontas dos dedos.
De saltos, cedi ao meu peso
Não só o do corpo
Mas das ideias também.
Cedi ao que eu tinha
me agarrei na solidão
com unhas e dentes
porque era a única coisa
real.
Tirei os sapatos,
tomei um remédio,
deitei.
Ainda assim,
a sensação
de não estar em mim,
continuou pela madrugada.
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