domingo, 19 de junho de 2011

Juntos separados somos nada

Que tua boca não me diz nada
Que tua boca sempre foi seca
mas teu corpo nunca me negou
teu corpo nunca negou nada

Pés
na minha direção
Mãos
que teimam em vir
encostar.

Quando eu acordo cedo, já logo abro as janelas
e canto pra que meu canto te embale
e passe o vidro embaçado
e passe o vidro, beijado
com o resto do batom vermelho
que me sobra nos lábios sem beijo.

Eu vou na ponta dos pés pra não fazer barulho
pra preservar a sensação de que no mundo todos dormem
e eu não quero acordá-los.

Em alguma outra cama, sob outros lençóis.
Que mãos te afagam?
Que sonhos tem pra me trazer
desfeitos na claridade?

Mal sabe você
que te desejo boa noite
todos os dias. E imagino que você sussurra meu nome, também.

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