quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Minha vida toda fui ensinada a ser sozinha.
Brincar comigo mesma, sem primos da mesma idade.
Pedir conselhos aos livros
e aos poetas,
Essa gente mentirosa, antropofágica
que me ensinaram sonetos e versos alexandrinos mas não as mazelas da vida.
Cresci, me achando filha de carbono e amoníaco
pensando que tudo que amei, amei só.
Depois da poesia, nada veio.
Não é com palavras que se salva alguém de se jogar de um edifício.
Não é com um terceto que se impede alguém de se atirar ao fogo.
O que cada um quer é ser consumido
lenta,
gradualmente.
O que cada um quer é ser pessoa
e não poeta.
Eu só aprendi a ser um.
E terminar rimando.

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