quinta-feira, 24 de julho de 2014

Eu sempre pensei que a parte mais sincera das pessoas é o pedaço de pele que fica exatamente no término das orelhas e começo do pescoço. Nenhum perfume, nenhum nada. O verdadeiro cheiro e a fragilidade. Por isso admiro quem anda com os cabelos presos. Exposto. Mais do que qualquer outra nudez. É nesse fragmento de pele que está tudo. O jogo entregue. E é ali que gosto de depositar beijos enquanto você adormece. Quente, um pouco úmida e frágil. Dois dedos ali e sinto seus batimentos. Um corte, ainda que leve, e seu óbito. Mas eu não quero nada que não seja seu impulso mais violento de vida.

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