domingo, 18 de julho de 2010

Um som lento, moderatto. No fundo da sala, um violino. Não era triste, lembrava o mar. Me agarrou e puxou para dentro. O homem se contorcia, olhos fechados, quase um nirvana. Dedos longos que se moviam sob o arco, tão rápido que eu quase não podia ver. Sol - ré - la - mi. Sua mão se movia, frenética, no instrumento musical. E eu podia ver, de onde estava, o mar surgir na minha frente. E nadava, nadava... sem nunca chegar a lugar algum. A nota era baixa, ficava alta, tornava-se baixa novamente. Já não via mais violinista nem sala. A música reinava, me absorvia, as notas me alcançavam pelo ar. Por um momento, julguei ter o próprio oceano em minha sala e quis, mais do que tudo, me afogar nele.

2 comentários:

  1. ah Isabel, linda emoção que você fez eu sentir lendo as palavras daqui.

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  2. Belissimo texto... Conseguiu definir bem o que é tocar e sentir uma música transformada emsensações...
    Parabéns =]

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