segunda-feira, 26 de julho de 2010

Você volta... mas some. Anos perdidos, sem você estar presente. Não sinto raiva, nem vazio, nem nada. Fui preparada para isso, ao longo dos anos.

Mas ao te ver hoje, por uma dessas coisas que acredito ser destino de tão sincronizadas, algo mudou. Fui eu?

Te abracei, apertei tuas mãos com uma força que antes não existia - era um laço frouxo e pronto para desfazer, não mais que obrigação de alguém que não sente, mas respeita a tentativa de redimir o erro - talvez em uma tentativa de relembrar uma infância ao teu lado que não existiu ( tua mão sempre maior que a minha e, acima de tudo, segura.)

Eu continuo sendo a criança que você não viu crescer, a que não te viu nos aniversários ou ao meu lado na cama, para livrar-me dos pesadelos. Como se sua presença pudesse afastar tudo. Naquela época, podia.

Páginas e páginas passam sem que teu nome fosse citado ao menos uma vez.

Te conheci sim. Por fotos e histórias distorcidas pelo tempo, pela memória. Em uma linguagem com que se trata dos mortos. E
senti tua face: sem emoção, estática, fria. Uma foto 3x4 na carteira.

Minha história ainda não acabou... As páginas continuam correndo, sendo escritas. Ao lê-las, gostaria de ver teu nome. Gostaria de viver a infância, dessa vez ao teu lado. Você sabe que continuo sendo tua menina. Eu ainda espero, eu ainda quero. E quero tanto...

2 comentários:

  1. VC É MUITO ESPECIAL.........UMA DOCE VIOLINISTA!!!

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  2. Almas especiais não se separam, a distancia não isola dois seres que mesmo sem saberem, tem afinidades e sentimentos mútuos...

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