terça-feira, 1 de outubro de 2013

A comida que sai da minha boca, forçada, é afeto - a psicóloga me disse. Os dedos na garganta expelem toda a simbologia do alimento: O jantar dos amantes, o leite que jorra do peito da mãe, a comida de vó.
Mastigar, engolir, repelir.
Sem tempo de ser absorvido, jogo-o para fora, em direção ao ralo, culpada e mais leve. Há no ato de comer algo que me dá ânsia. Eu mesma não me acostumei a aceitar carícia - como bicho selvagem. Conto calorias como conto amigos. Me vejo melhor sem nada no estômago.
Talvez porque eu pense que estou desaparecendo.

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