terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Obrigada. É o que eu posso, é o que eu preciso lhe dizer.
Eu sei que deve estar se perguntando o por que. Deixa, deixa que até o fim eu explico tudo. Preciso me concentrar, deixe-me escrever, sim, por favor.

Só essa palavra é importante agora: obrigada. Sim, eu tenho tanto pra te agradecer e pedir e tantas outras coisas! Mas você sabe que eu caminho assim, a passos lentos, sem pressa.

Devo começar de que modo? Não sou boa dizendo essas coisas. Sim, vou do meu jeito. Eu só queria dizer que eu vi essa coisa, esse sentimento de não-sei-o-que crescer. Eu vi e ainda sou capaz de ver. Esse sentimento que não sei identificar. Nasceu assim meio sem esperança, jogado no nada. E quem diria que ele iria crescer, assim lento mas de uma forma bonita? E iria crescer tanto que quase me tomaria inteira. Cresceu assim em você também? Olha, você não liga que eu fique falando assim dessas coisas, não é? Eu preciso disso, pelo menos hoje, pelo menos agora. Eu ainda não sei o que sinto, não lhe atribuí nomes. Só sei que foi boa – essa descoberta assim, do nada. E quando descobri que isso só crescia e invadia as células, se impregnava, fixava. Foi bom.

Era como se todos os dias eu acordasse para algo estranho. Eu não sabia o que iria acontecer. Como se o céu, os astros, as pessoas e eu mesma estivesse em uma constante metamorfose, como se tudo estivesse, enfim, vivo? Não sei se é a palavra certa. Não importa...

E tinha tanto medo. Pois parecia realmente se importar com o que sinto, penso. E ouvir o que falo. Não sei, felicidade, quando vem assim tão forte e de repente, me dá um certo receio. É o medo de perder as coisas raras.

Em todos esse tempo, com você, pude aprender mais de mim mesma. Certas coisas que nem eu sabia que possuía. E vi a beleza da manhã bem cedinho e como é lindo o modo como as pessoas se relacionam. Afinal, eu nunca tive a sorte de achar alguém que respondesse. Pude sentir tudo o que tantos outros sentiram antes de mim e que me era completamente desconhecido. Vi como isso pode ser quebradiço, frágil e ao mesmo tempo simples. Coloquei em risco essa coisa-que-não-sei-o-nome por diversas vezes mas você sempre esteve pronto para me ouvir. Assim como agora. E acabávamos sempre resolvendo tudo. Você vinha sempre com aquelas palavras bonitas, de carinho, sempre mais certo, mais calmo. E eu sempre ia com minhas palavras poucas, simples, daquele jeito nervoso e sem jeito, onde muitas das palavras se atropelavam e perdiam o sentido.

Ainda possuo as dúvidas. Ainda morro de medo, nunca vou parar de tê-lo. Mas você, durante esse tempo, fez e me faz muito feliz. Obrigada por se fazer presente de tal modo e com tamanha intensidade em mim. Os poucos diálogos tímidos, as poucas demonstrações de carinho. Obrigada por tantas outras coisas que não sei como dizer...

Obrigada pelo que foi e pelo que ainda virá. Pelos aumentos de meus batimentos cardíacos, pela felicidade repentina que me invade a todo instante, pelas sensações diversas que me traz.

Prometo não deixar morrer, prometo dar-lhe pelo menos um nome, prometo colocar ali tudo o que tenho. Assim como espero que faça o mesmo. Para que a coisa-sem-nome possa ficar mais forte, mais nossa, mais bonita.

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