segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Tempos melhores para o mundo. Tempos melhores para mim. Eu preciso. Preciso desse tempo, tempo sem tempo, tempo de pausa. Eu toda sou uma vontade de coisa melhor. Escrito nos braços, nos papéis, nos vidros, nas paredes. Mensagens de amor. Está tudo tão triste. É o tempo? O tempo de fora, o tempo de dentro – esse muito mais.

Chuva tem simbolismo bonito: o de renovar as coisas, levar embora as coisas más. E quando ela leva também as boas? E quando esse simbolismo de renovação já não funciona mais e a chuva parece é só trazer a solidão?

Debussy ao fundo. Escuro. Nessa época do ano, as pessoas deveriam se unir – e não se unem. As luzes deveriam me deixar alegre, e não deixam.

É sempre chuva, nesses dias, sempre chuva. A chuva o levou embora de mim. E essa cidade é tão grande, essa cidade é tão grande, submersa nas águas, submersa nas glórias de gente sem nome. Como te acho? Você tem nome pra mim. Pra mim e só.

Ai, essas luzes azuis me irritam. Essas gotas no vidro, essa solidão de metrópole. Pessoas se tornam apenas um borrão que passa e eu nem vejo o rosto, coberto pelos tantos guarda-chuvas. Até o caminhar se torna mais lento e cuidadoso.

Precisamos de dias melhores. E isso significa necessariamente dias sem chuva. Dias que já amanheçam dias e não como verdadeiras noites. Um dia assim clarinho, de céu limpo.

Precisamos de um brilho que-quase-cega, uma coisa que nos faça ver, por dentro, que depois da chuva, sempre tem sol.

Um comentário:

  1. Oi adorei o seu texto, passe lá no meu blog de textos, beijos e até mais.

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