terça-feira, 26 de junho de 2012

Destrui os templos de culto, queimei bíblias e seus velhos testamentos. Ei-me aqui, de joelhos. Despi-me de tudo o que levava. Carrego nas mãos frias apenas um coração que sangra. E tomo conta para que ele não caia. Levo-o manso contra o peito, como se meu fosse. E não me importa a mancha vermelha na boca, ou o gosto de ferro, depois de beijá-lo. Tecelã cuidadosa, faço, por quarenta dias, essa nossa mortalha. Recolho e pergunto ao pó seus desejos. Sei que você é Poros e eu sou Pênia. Não conto o tempo, destruo as justas medidas, os ponteiros, as areias. Se me disser quero, sou capaz de ofertar estes meus olhos

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