domingo, 2 de setembro de 2012

Fecho os olhos e vejo nossos galpões antigos da Barra Funda. Embora sem moradores, sinto que podemos povoá-los. E povoamos. A linha do trem está próxima. As janelas abrem para fora e eu gosto, não são de correr. Nada corre. Tudo tem nossa marca e nosso tempo. Nossa ordem. E todo o caminho se preenche com a nossa presença. A porta verde. A tarde tranquila que se prepara para a nossa hora. Nada mais importa. No segundo em que, pé ante pé, faço barulho nos tacos de madeira, eu existo. O tempo é relativo, diz a física. E só fui entender isso quando, convidada, abri a porta e me fiz presença.

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