terça-feira, 4 de agosto de 2009

Tecnologia

Ok, isso vai ser apenas um relato de como fiquei presa no elevador hoje. Não é o que costumo escrever aqui, mas não sei aonde colocar e eu PRECISO escrever sobre isso. São aquelas coisas que marcam.

Tinha acabado de chegar no prédio onde moro, estava tão feliz (e tão cansada...) que simplesmente ignorei as escadas e fui direto rumo ao elevador. Escolhi o elevador de serviço, o social não estava no térreo. Subi. Moro no segundo andar, podia ter ido de escada sem problema, nem é tão longe. Mas eu estava tão cansada... estava de pé desde as 8 da manhã, andando sem parar, quis dar uma folguinha. Logo que chegou no meu andar, o elevador parou, mas uma das portas não abriu. Já comecei a entrar em desespero, coração acelerando. Pensei “pronto, fiquei presa e tô sozinha no elevador.” Soquei a porta e ela não abriu, tentei forçá-la com as mãos e consegui fazer com que ela abrisse mas a outra porta estava trancada. Não tinha como sair dali. Tentei apertar alguns botões pra que talvez o elevador funcionasse e eu fosse pra outro andar, qualquer um! E a porta que eu consegui abrir com as mãos tinha fechado novamente e o elevador começou a se movimentar. Foi um pouco pra baixo e... parou. Eu sabia que estava presa entre um andar e o outro e, como possuo uma enoooorme sorte, o botão que serve para avisar que tem gente presa, bem, ele estava quebrado. E infelizmente eu não lembrava o número da portaria para usar o interfone e ligar. Ok, eu estava ferrada. Até ali eu estava até que relativamente calma. Mas como vi que meus recursos para me salvar estavam todos quebrados.. entrei em desespero total. Comecei a gritar, dizendo “Alguém pode me ouvir? Fiquei presa no elevador!” com aquele tom de choro e medo. Gritei muito, com voz esganiçada. Tentei discar qualquer numero no interfone, só precisava avisar uma pessoa... ela ligaria pra portaria. Ok disquei, ninguém atendeu. Lembrei do celular no meu bolso, liguei pra minha mãe, torcendo pra que houvesse sinal. Ela atendeu mas não me ouvia bem, gritei no telefone avisando que tinha ficado presa mas ela não entendia e falava “Isabel, não consigo ouvir!” e eu falava cada vez mais alto até que ela pôde ouvir, disse pra que eu me acalmasse e me informou o numero da portaria. Se vocês já ficaram presos em um elevador sabem como a sensação é horrível. Eu estava ali, sozinha, naquele cubículo cheio de botões que não funcionavam. Sabe-se lá que horas eu iria conseguir sair dali... E a fobia de lugares fechados começou a surgir. Respirei fundo, tentei me acalmar, pensar que logo sairia e poderia respirar com alívio de novo. Liguei na portaria, disse minha situação, que o moço já sabia, acho que alguém ouviu meus gritos e avisou ele. Minha mãe me ligava pra ver se eu estava bem e eu ainda tentava apertar os botões na esperança de que funcionassem.

Até que ouvi um som e um homem abriu a porta, só havia um pequeno vão ali e de lá ele aparecia e eu conseguia ver o meu andar, entre o meu andar estava a parede e conseguia ver a porta do andar de baixo. Só o que pensei foi “Moço, me puxa daqui, pelo amor de deus, deixa eu escalar essa parede, só quero poder respirar, por favor..” ele disse alguma coisa que nem prestei atenção, só sei que era uma promessa de me tirar dali. Fechou a porta de novo e o homem fez alguma coisa porque o elevador começou a funcionar, para o meu grande alívio. Desceu, e dessa vez parou exatamente no primeiro andar, abrindo as portas me deixando sair. Acho que nunca tinha me sentido tão impotente até aquela hora, me senti uma inútil, um ninguém. Totalmente sozinha, morrendo de medo, naquele elevador que me sufocava. Mas estava livre. Subi pro meu andar usando as escadas, óbvio! Agradeci o homem de todo o coração e abri a porta de casa. Estava livre! Assim que entrei em casa e fechei a porta, chorei feito criança e jurei pra mim mesma que nunca mais pisava em um elevador.

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