segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Pequenas surpresas

Tem tanta coisa acontecendo na minha vida agora. Tem tantos sentimentos envolvidos... Eu não posso simplesmente fugir de tudo isso? Criar asas e ver minha própria vida de cima, do alto?

Eu já desisti de tentar arrumar, já desisti de tentar compreender, ver onde errei. Tô deixando rolar.
São tantas voltas, tantas coisas. Me sinto perdida.

Hoje foi um dia daqueles. Cheios de pequenas surpresas.

Eu estava tramando mil planos, apagando fotos e lembranças. Delete, delete, delete. E apaguei tudo que me lembrava dele. Apaguei mesmo, sem dó! E fiz planos de vingança: até realizei alguns. Na esperança de que esquecesse ele. Não olhei mais fotos, não li mais o diário, nem os textos que pra ele fiz. E estava levando a vida, assim.

Só que esses dias cometi o deslize de pensar nele, nem foi assim do nada. Foi porque falaram nele... O nome dele veio da boca de vários e quando dei por mim, já estava com o nome nos meus lábios também.
E parece que meu pensamento o atraiu, não sei como. Hoje, veio falar comigo. Uma ocasião rara: Das pouquíssimas vezes que falei com ele depois da partida, nunca começou a conversa. Era sempre eu que mandava algum recadinho como “Oi, sinto saudades.”

Hoje foi diferente, foi único. Ele veio, e veio simpático. E foi como quando eu ainda não o amava e nem ficava pensando nas coisas que ia falar: elas simplesmente saiam, naturais. Foi exatamente assim! Claro que sentia os efeitos do amor - o coração, as pernas bambas, a vontade de me esconder ou sair correndo.

Mas falei com ele. E rimos juntos, brincamos. E pude vê-lo – pela tela - mas pude vê-lo! E pude matar as saudades, mesmo que só um pouco. Mesmo que eu saiba que as saudades não podem ser matadas. Em mim, elas sempre vão existir.

Pois me sinto zonza. Tantas coisas aconteceram... Tantos sentimentos juntos! É tanta dor e tanta felicidade em uma semana só que eu simplesmente não sei onde acaba um e começa o outro. Fundiu-se tudo em uma só coisa. E é estranho...

Em um dia só, tanta coisa. Tanto amor, tantas lágrimas, tanto medo.

E são nesses dias onde me sinto viva. Quando eu sinto dor eu me sinto viva. Só assim. Porque é meio que... não sei. Eu só sinto que sou alguém, que sou humana, fraca, que sou o nada quando sinto dor. É quando sinto aquela invasão de tristeza, a vontade de chorar e querer ficar só. De querer ficar com meus livros, minhas músicas, meus cadernos: mas sem nenhuma pessoa por perto. Completamente isolada. Nessas horas eu me sinto mais viva do que nunca. E penso tanto e não chego a conclusão nenhuma. Só penso. Imaginando que se tivesse feito daquele jeito ou do outro seria tudo diferente... Que a vida tem tantos caminhos que eu nem sei! E nem posso escolhê-los. Que a vida é muito complicada. Talvez porque ela simplesmente seja assim, é sua característica inata. Ou é porque somos nós que a complicamos? Sei lá, os dois talvez. Se fosse fácil não teria graça. Batalharíamos pelo quê? Acordaríamos todos os dias, pelo quê? Por quem...?

E esses dias de dor estão se tornando tão frequentes... É até meio estranho. O que posso fazer é só deixar a dor se instalar, deixá-la ficar o tempo que quiser, que julgar necessário, ser boa anfitriã. Para depois ir embora, sem pensar em voltar por algum tempo. Pra que, assim, eu possa esquecer que estou viva, pelo menos um pouco.

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